sexta-feira, 28 de outubro de 2011

Galp faz nova descoberta de gás em Moçambique


O volume de gás natural assegurado pela petrolífera ultrapassa já 13 vezes o consumo nacional. A produção arranca até ao final da década.

Apenas uma semana depois de ter anunciado uma elevada descoberta de gás natural em Moçambique, a Galp voltou ontem a fazer uma segunda descoberta de grande dimensão naquele país. A empresa confirma, assim, o forte peso que esta região promete ter, no futuro, na carteira de activos de exploração e produção.

Localizada, à semelhança da anterior, no poço Mamba South-1, na Área 4 da bacia do Rovuma, a nova jazida situa-se a maior profundidade que a anterior descoberta. A empresa prevê a existência de 7,5 mil milhões de pés cúbicos de gás natural (215 milhões de metros cúbicos). Esta quantidade de gás corresponde a metade do volume anunciado recentemente (430 mil milhões de metros cúbicos), aumentando para 645 mil milhões de metros cúbicos de gás natural já detectado no Mamba South-1.[CORTE_EDIMPRESSA]

Deste total, 64,5 mil milhões de metros cúbicos caberão à Galp, em resultado da participação de 10% no consórcio que integra ainda a parceira estratégica e operadora do bloco, a Eni, a coreana Kogas e a empresa de hirocarbonetos de Moçambique, ENH. Ou seja, quase 13 vezes mais do que o gás natural vendido durante o último ano, em Portugal, que foi de cinco mil milhões de metros cúbicos.

Comparativamente às descobertas de reservatórios de petróleo, realizadas nos últimos anos na Bacia de Santos, no Brasil, esta equivale a cerca de quatro mil milhões de barris e é idêntica à de Iara, a segunda mais importante a seguir a Tupi.

O poço moçambicano vai, segundo a Galp, continuar a ser perfurado até atingir uma profundidade de cinco mil metros. Após a conclusão deste poço exploratório, a sonda será deslocada para o segundo poço previsto no programa de exploração, o Mamba North-1, a 22 quilómetros do Mamba South-1.

O presidente da Galp, Ferreira de Oliveira, afirmou esta semana, em entrevista ao Diário Económico, que "não será demasiado ambicioso projectar o início de produção para o final da presente década".

O consórcio garante já ter iniciado os trabalhos para garantir a comercialização de gás. O mercado doméstico moçambicano deverá absorver uma parcela reduzida, uma vez que não existe uma rede de distribuição de gás naquela região. Esta produção "deverá destinar-se, prioritariamente - até por uma questão de proximidade - aos mercados asiáticos".

"Para Portugal, não é previsível que venha gás de Moçambique, dado que as necessidades de consumo do País se encontram cobertas através de contratos de longa duração com a Argélia e com a Nigéria. E esse aprovisionamento é efectuado a preços competitivos."

Antes de entrar nesta fase, será necessário construir um terminal de gás natural liquefeito. "Essa é a solução mais comum para projectos deste tipo e em princípio deverá ser a escolhida. A Galp irá, naturalmente, acompanhar os investimentos necessários para colocar estas descobertas em produção e o investimento será feito na proporção da nossa participação no consórcio, ou seja 10% do total", sublinha Ferreira de Oliveira.

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